Teoria do Processamento da Informação Social

J. Walther (1992) inferiu que a comunicação mediada por computador (CMC), apesar de poder contemplar muitos dos aspectos presentes na comunicação interpessoal face-a-face, e até originar estratégias alternativas de comunicação relacional, sendo baseada na escrita ela tornaria mais lenta a transmissão da informação social.
Contudo, pressupõe que num estágio adiantado, com o tempo, e após muita informação trocada, se evidencie uma maturação da comunicação relacional a ponto de esta se tornar equivalente à comunicação face-a-face (Walther, 1992, p. 69).
Walther, Anderson e Park (1994) implementaram uma meta-análise de 21 trabalhos experimentais com o objectivo de observar a variável tempo na CMC. E confirmaram que com o tempo a quantidade de informação social comunicada na CMC torna-se semelhante à comunicada oralmente, face-a-face.
Posteriormente, no sentido de aferir estas hipóteses, Walther (1995) realizou um estudo para testar a comunicação relacional ao longo do tempo quer na CMC quer face-a-face, observando grupos respeitantes a ambas. E os resultados surpreenderam pois na CMC houve maior nível de comunicação, inclusive com scores mais altos na expressão de afectos, e no à-vontade. Acresce ainda que os grupos de CMC evidenciavam estar menos orientados para a tarefa e mais orientados socialmente. A CMC evidenciou ser, face a estes resultados, e ao contrário do esperado, mais social do que a comunicação face-a-face. Foram assim refutadas as premissas iniciais do modelo do processamento da informação social, o que deu origem à teoria da comunicação hiperpessoal.