Cenários de futuro da aprendizagem online

A aprendizagem online efectiva-se, e reúne os seus intervenientes, com dinâmicas de cooperação, de colaboração e de comunicação. O desenrolar destas dinâmicas pressupõe, da parte do professor, que ele acompanhe as tendências tecnológicas que vão surgindo na sociedade, e da parte dos alunos o interesse por se cultivarem a nível de literacia informática.
Existe uma panóplia de novos instrumentos que se estão a desenvolver ao mesmo tempo, e com características que se complementam, com fortes implicações para o ensino online. Em geral são tecnologias que surgem noutro contexto que não o académico, até na área do entretenimento, e que depois são aplicadas ao ensino. Falamos da Voz sobre IP, da teleconferência, ou de novos suportes como os PDA’s, por exemplo. Estes instrumentos têm quase sempre em comum o facto de funcionarem através da Internet, ou recorrendo a ela de algum modo. 
A Internet tem difusão a nível mundial, e está em modificação constante. Essa modificação a nível geral irá ter fortes implicações igualmente na aprendizagem online. É natural que haja inclusive uma especialização de plataformas e de software direccionado para o ensino.
Essas implicações vão acontecendo gradualmente. Vão ter ainda maior impacto no futuro porque a rede ficará acessível a muitos novos utilizadores. Muitos deles terão acesso a partir de dispositivos móveis, o que aumenta muito a flexibilidade. Por outro, porque os conteúdos irão aumentar e prevê-se que seja mais fácil localizá-los dentro da grande base de dados (Metz, 2007, p.76) devido a um esforço de maior organização da informação.
Está cada vez mais disponível a formação necessária para os utilizadores das novas tecnologias (Biesenbach-Lucas, 2004), e a estabilidade do acesso à Internet está a melhorar. Mesmo a barreira como os custos, ou o isolamento, vão sendo ultrapassadas. Em países menos desenvolvidos poderá ser mais acessível ter um telemóvel do que um Pc, e isso pode possibilitar descarregar ficheiros, suportando um custo reduzido.
Há igualmente factores de resistência como preocupações relacionadas com a qualidade do ensino, o cepticismo dos empregadores a respeito dos diplomados que fizeram o seu curso online, e mesmo o facto de serem reduzidas as oportunidades de interacção espontânea entre alunos e professor (Newby, stepich, Lehman, & Russel, 2000).
Mas do lado das vantagens há sinais animadores como o facto de serem mais reduzidos os gastos com as Universidades, e a flexibilidade de que os alunos beneficiam. Este segundo factor pode evidenciar-se no ritmo de aprendizagem mas também ao nível das dinâmicas que se criam, e que por vezes são opostas às do ensino presencial. É o caso do uso de software social, mais associado ao ensino online, e onde se cultiva “a interacção interpressoal em grupos que estão dedicados à aprendizagem [colaborativa] e ensino”. Na aprendizagem tradicional, pelo contrário, é promovido “o isolamento e a competição em detrimento da comunidade”.
É de prever que o ensino online acompanhe os desenvolvimentos tecnológicos, e esteja especialmente vocacionado para explorar as suas imensas potencialidades. É uma dinâmica em expansão. Haverá pois mais condições para a aprendizagem online, que “tem boas probabilidades de crescer, porque o acesso online para formação utilizando vários meios de comunicação é uma realidade social e económica estabelecida globalmente” (The Best is Yet To Come, 2005).

Bibliografia
Fahy, P. (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Online.