A Internet como ferramenta de aprendizagem


Nos países desenvolvidos há cada vez mais Universidades a ministrarem cursos online, e em algumas delas a totalidade dos cursos é leccionada online. Acontece também que a percentagem de utilizadores da Internet nestes países é muito alta, inclusive a partir de casa. Estes dois factores em conjunto estão a contribuir para uma transformação na dinâmica da aprendizagem online.
No entanto, apesar dos desenvolvimentos  tecnológicos, e apesar da generalização do acesso à Internet, segundo Olivier e McLoughlin (1998) “os computadores por si só não podem transformar a experiência da aprendizagem/ensino”. No mesmo sentido Rovai e Barnum (2003) referem que “a estrutura do curso e a pedagogia utilizada são sempre mais importantes do que o media usado”.
Há um apelo ao desempenho do professor porque ele terá mais desafios neste novo contexto. Tem de continuar focado na qualidade dos conteúdos, com a agravante de haver mais informação disponível, em que parte dela não é fidedigna e tem de ser seleccionada. Por outro lado deve ter agora competências no emprego da tecnologia aplicada ao ensino.  
Walther, Gay, e Hancock (2005) complementam este raciocínio quando referem que as experiências tradicionais amadurecidas no ensino, ao longo dos anos, não devem ser ignoradas em presença das novas ferramentas. Devem antes ser usadas numa lógica de acumulação com as experiências anteriores, no sentido de melhorar o resultado final do processo de aprendizagem. 
Estão a ser adicionados novos canais, que acumulam com os tradicionais, e onde está em destaque a Internet. Nos países em desenvolvimento, por vezes saltam-se etapas e adoptam-se soluções mais recentes mas ainda há um caminho a percorrer quer do lado da generalização de acesso dos estudantes à rede, quer por parte das Universidades na difusão do ensino online.
Em diferentes partes do mundo, e em estádios diferentes de aplicação ao ensino, a Internet assume-se com grandes potencialidades. São-lhe apontadas várias vantagens, como a possibilidade de o professor poder apresentar conteúdos direccionados às necessidades particulares dos seus alunos, e de estes poderem através dela estabelecer e reforçar comportamentos de interacção e de colaboração (Heinrich, Molenda, Russel e Smaldino 1996).
Há em contrapartida a desvantagem de os alunos poderem fazer mau uso do tempo que dedicam ao estudo, perdendo-se, sem intenção, no ciberespaço consultando informações irrelevantes. A aprendizagem online requer por isso alguma maturidade por parte do aluno e/ou o auxílio de um professor-moderador que balize o percurso, de modo a que o aprendente se concentre no essencial do programa.
No contexto actual há uma complementaridade entre várias tecnologias, de entre o vasto leque de possibilidades que hoje estão à disposição dos professores e das instituições de ensino. A Internet é mais um instrumento disponível, e apela aos professores e aos aprendentes que a usam, uma consciência das suas vantagens e desvantagens, para que dela tirem um real proveito.

Bibliografia
Fahy, P. (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Online.